terça-feira, 30 de maio de 2017

Meu blog

                                     

            Ah, quando vejo meu blog!  Tudo começou uma simples brincadeira, que o tempo acabou de transformar em realidade.
            Sim, realidade, que desde que comecei fui confessando os meus pecados, procurando um sacerdote que diga “Ego perdono pecatus tuis. In nomine Patris, et Filli, et Espiritus Sancti, Amen”.
            Nem mesmo procurei saber se o latinório está correto.  Porque o blog é corrido, não se faz literatura dele, blog é blog, literatura é muito diferente.  Escritor sem sucesso, pelo menos no momento, alcancei um bom número de comentaristas, todos de primeira linha. Basta ser bloguista, ou blogueiro, como queiram, para atestar a veracidade.
            Quantos amigos comentam!  São todos muito bem-vindos, seja para malhar, seja para concordar.  O blog tem esta característica.  Aqui, fala quem quiser a sua verdade, se de acordo ou não com o texto colocado.
            O autor, fica livre para dizer o que bem entende.  Ofender não deve, mas chamar à atenção, deve.  Sou feliz quando me expresso.  O Facebook, por exemplo, é transitório. O que não ocorre aqui.  Escreveu, defenda sua ideia, pena de ser desacreditado para sempre.   O blog é salutar!  Você fica livre para dizer suas verdades, e os comentaristas para expressarem suas opiniões.
            Não sei quem inventou esta vertente literária.  Sei apenas que foi uma mentalidade lúcida.



Eu timoneando o veleiro Mercurius.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Procura difícil

                                        

            Era realmente uma procura difícil.  Muitos tentam.
            Sentado em frente ao mar aberto, tempo frio, a varanda da sua casa modesta, mas nada pobre em beleza pura, aquela que você encontra nas pessoas simples que sabem planejar sua casa, o homem pensava.  Havia trazido para fora, e colocado numa mesa da varanda, um arsenal que não faltava entre suas coisas.  Um laptop, seu celular, pois ter que sair dali, naquele entardecer avermelhado para atender a alguma chamada no telefone da casa seria sacrilégio.
            Estava sozinho, a mulher não demoraria a chegar, médica chamada às pressas para confirmar ou não um caso de provável pneumonia.  Nem sempre isto é possível sem exames complementares.
            Sem dizer uma palavra, levantou a gola da velha japona, companheira de muitas jornadas.  A outra, já gasta, estava no seu armário, junto da mochila, cordas, mosquetões e outros apetrechos de escaladas e montanhismo.  Não, não estamos diante de escalador famoso, montanhista de renome.  Gostava de grandes picos da serra dos Órgãos, conhecia todos e o das Agulhas Negras também.
            Então, qual o motivo da casa em frente ao mar-oceano, o que não tem fim, o grandioso que domina quase toda a Terra?  Não, nem ele mesmo sabia.  Ninguém sabe, com toda certeza.  Talvez a visão de que nunca acaba, o horizonte encontra-se com o céu, possa ajudar a explicação.
            Tinha idade suficiente para procurar a destinação da sua vida, esta curiosidade que afeta todos nós.  Você abre os olhos e vê o que cerca, presta atenção ao tempo e escuta o barulho da existência, o farfalhar das folhas, o quebrar das ondas.  É presente, aqui e agora, e sonho, do qual a Vida nunca foi apartada.  Vivia por qual motivo?  O primeiro, evidente, é que era fruto de um parto.  O texto, parece, continua sendo mistério.  O canto dos pássaros, a beleza das matas, o mistério dos mares, enfim, o encantamento de tudo.
            O amor.  Este é o mais profundo e sentido mistério que nos cerca.  Para ele não possui o homem definição exata.  Sente-se, é tudo.
            E a gente, boa quantidade  incrédula, infantil e desnecessária, continua procurando, procurando...