terça-feira, 29 de julho de 2014

Essa não!

       

            Dilma, minha filha!  O que é isso?  ‘Maluqueceu’ de vez?  Raul Castro e Maduro confortavelmente aboletados no Torto?  Putin e outros do BRIC nas embaixadas dos seus países ou hotéis?
            Escreve aí.  A Granja do Torto, o Alvorada, o automóvel presidencial, o jato e outras coisas menores, não são de sua propriedade.  Você pode fazer uso delas, afinal é a presidente da República.  Mas não é a dona não!
            Dou um exemplo que ficou bem estabelecido.  Parlamentares que usam aviões da Força Aérea, quando não se trata de serviço, pagam a passagem à FAB.  Não escapou ninguém, nem mesmo Renan e seus implantes capilares.
            Vamos ser bem explícitos.  Caso você estivesse ocupando a Granja, e convidasse quem quer que seja, tudo bem, era seu hóspede.  Mas emprestar como, se você não é a dona, mas a União?  Não adianta esta desculpa que quando vai a Cuba tem moradia de graça, oferecida pelo governo.  Problema deles, e o Brasil não tem nada com isso.
            Lula cansou de convidar Chávez para passar fins de semana no Torto, onde jogavam peladas – imagine! – e comer feijoada com a especial caipirinha que o ex-presidente adora.  Mas ele estava lá, e um velho conhecido meu, na época deputado federal, também, não perdia uma.  Bem diferente, não?
            Quando Raul convidou Maduro, onde você estava?  Como não tenho autoridade para questionar a presidente da República, vou parando.  Mas todos sabem que na Granja você não estava.  Quem paga a conta, minha filha?  Sim, sei que eles, segundo a fonte do governo, pagaram a alimentação.  Mas e as acomodações de uma residência que é considerada como altamente luxuosa e perfeita?
            Vladimir Putin deve estar uma onça.  Tinha como certa as vendas dos caças à Força Aérea Brasileira, compromisso de Lula.  Ficou não se sabe onde, e a Suíça vendeu os aviões.

            Um conselho, se é que posso fazer isso.  Não vá à Rússia.  E um frio desgraçado, e duvido que você fique sem troco!     

sexta-feira, 18 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro

   

            Parto para o sacrifício.  Conscientemente.
            Adoro e leio as crônicas de Ubaldo.  Direto, objetivo, sempre seguindo linha própria e inteligente.  Não é assim com o autor romancista, e tenho a coragem de afirmar isto.  Vamos com paciência e por partes.
            Os livros por ele publicados têm muitos falsos pecados.  Mesmo “Memórias do Sargento Getúlio”, que me parece o mais simples de ser entendido, dá trabalho ao leitor.
            O meu caro literato prima por ser prolixo e confuso, embora muito rico.  Seus romances, quase sempre, afastam o leitor contemporâneo, que admira a clareza e repudia o gongorismo.  Assim é que Ubaldo, talvez querendo bater “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freire, escreveu “Viva o Povo Brasileiro”, um livro muito ingrato de ser apreciado.  Dito como um dos mais importantes livros da literatura brasileira é difícil de ser lido.
            Complicado na linguagem, que Ubaldo teima em usar, talvez pela sua forte influência de Vieira.  Com custo, para estudo somente, o livro é lido por causa dos comentários que recebeu.   Precisa de uma dose de paciência muito grande para ser digerido.  Por cima de tudo, com mais de setecentas páginas.  Um abuso literário, dos maiores.  Ao mesmo tempo, fabuloso.  Entenda-se!
            Dirão todos: “um cronista idiota querendo criticar um de nossos grandes autores.” Não!  Pretendo apenas falar, dizer que respeito profundamente João Ubaldo Ribeiro, mesmo em “Viva o Povo...” Li todo, à custa de sacrifício, que o autor poderia me ter poupado.  Não seguiu as sagradas regras, atrapalhou tudo e criou um livro para intelectuais, mas riquíssimo.
            Talvez seja idiotice minha, admito.  Mas, no momento, quero ver quem encara um tijolo daqueles sem reclamar.
            O exagero de Ubaldo é a simplicidade de Guimarães Rosa e Jorge Amado.  A simplicidade e objetivo acima de tudo.   Acaso  isso diminui o autor? De modo algum.  Literatura é assim mesmo, quando é de qualidade.  Ninguém lê os Irmãos Karamazov impunemente.  Dostoiévski é autor difícil, escreveu numa época em que o mundo não tinha pressa.  Quando digo chato, quero me referir a difícil.

            Ubaldo ganhou o prêmio Camões, o maior da língua portuguesa.  Não teve dúvida em afirmar que “se ganhei é porque mereci”.  Como mereceu, João, como mereceu...

terça-feira, 15 de julho de 2014

A Copa de 2014

               

            Dizem todos que o comportamento dos jogadores alemães durante a Copa Mundial de Futebol, em 2014, foi exemplar.
            Errado.  A equipe é bem treinada e joga com vontade.  Isso não se discute. 
            Existe uma regra desportiva.  Não humilhar o adversário.  Foi exatamente isso que fizeram contra nós.  Qualquer atleta sabe perfeitamente quando o seu adversário é bem mais fraco.  A seleção brasileira estava ridícula, não se entende como um país com tradição consagrada no futebol pudesse apresentar um plantel tão medíocre.  Nunca o Brasil foi tão mal representado, esta é a verdade.
            Os alemães perceberam isso, não são idiotas.  Treinados, fizeram o primeiro gol.  O time brasileiro estava como barata tonta.  Veio o segundo gol, e não demorou, o terceiro.  Ora, os alemães viram claramente que o Brasil estava batido, não era adversário, mas prosseguiram nos ataques fulminantes, como na passada ‘guerra-relâmpago’.  Massacram o adversário nitidamente muito inferior, numa atitude que não condiz com o esporte de atletas selecionados.
            Não é desculpa de perdedor, o Brasil estava uma vergonha em campo.  Mas depois do três a zero, com a vitória mais do que garantida, partiram para a humilhação.  Não seguraram o jogo, como um adversário cavalheiro, e dentro da casa deste.  Humilharam com sete gols.  E os brasileiros, que talvez não conheçam estas regras do esporte praticado com respeito e dignidade, transformaram os jogadores alemães em heróis.  Um erro, que só as sucessivas vitórias em todos os outros esportes, futebol incluído, claro, vai lavar a alma do torcedor brasileiro.

            Saudades de Nelson Rodrigues e João Saldanha... 

domingo, 6 de julho de 2014

Mudando



     
            Escrever crônicas é ótimo, mas quando se fixa na política, a coisa toma rumos incertos e, por vezes, desagradáveis.  
            Acabar preso e processado pela ditadura bolivariana não me assusta.  O que não quero é chefiar grupo de terror, pela insistência das molecagens presidenciais e dos maiores.  A gente sempre corre o risco.
            Então surge uma guerra onde posso – que o leitor me perdoe a primeira pessoa, uso muito pouco, mas está imperativo – onde posso, repito, xingar, ameaçar, prometer torturas.  É de futebol que estou falando.  Cronista selvagem, à João Saldanha.
            Mas que Copa vagabunda, esta!  Pudera sendo realizada no Brasil, o nível tinha que cair mesmo.  Estamos no país da impunidade, da delinquência e dos incapazes morais.  Encomendada por Lula e administrada antes por Dilma, imaginem!  Ah!  A Copa.  Vagabunda sim, nunca se viu tanto perna-de-pau junto.  Times decadentes, jogadores horrorosos, salvo alguns heróis que escapam.  Neymar não escapou.  O joelho de um animal partiu sua vértebra, e ele não joga.  Talvez seja até melhor.  Na dificuldade, as cabeças chegam à conclusão que o futebol é esporte coletivo, cada time tem onze jogadores e um conjunto harmônico deve ser formado. Então, cessam a correria e a falta de objetividade.
            Coisa feia, desde a abertura.  Uma baderna, primeiro jogo incluído.  Os desafios foram se realizando.  Os jogos foram mostrando a mediocridade deste torneio mundial, uma quadrilha que a tal FIFA organizou para faturar alto sem pagar impostos. 
            Sobraram poucos.  Estamos no domingo, 06/07/2014.  Argentina, Alemanha, Brasil e Holanda.  Todos jogando muito mal, mas com entusiasmo.  Caracterizou esta Copa a correria, o suor, a vontade de vencer de qualquer modo e a tremenda falta de habilidade para jogar futebol.  Muito esforço, pouca arte.  Até mesmo nestas que vão para as semifinais.
            A imprensa estrangeira babando em ver tanto time correndo, vontade de ganhar.  Camisas ensopadas de suor, futebol que é bom, nada.
            Interessante que as quatro que sobraram, tradicionalmente são seleções conhecidas nos torneios mundiais, até mesmo a Holanda, recém-incorporada ao grupo.
            Previsões?  São difíceis.  Brasil e Alemanha.  Esta última já disputou não sei quantas Copas, dezessete, se não me engano.  Time bom, treinado.  O Brasil vai ter que lembrar dos tempos de Didi, Garrinhcha, Pelé.  Guardando o goleiro, Djalma Santos, Bellini e Newton Santos. O time dispensava técnicos, todos os jogadores davam aulas de futebol.
            Argentina e Holanda.  Deve prevalecer a primeira.  Los hermanos têm mais capacidade com a bola nos pés.
            A grande final será a que todos estão pensando?  Entonces, que venga el toro.
            Depois a gente pega Dilma e Lula outra vez...  


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Os jogadores famosos não compareceram.  Resultado: 7 (Alemanha)  x  1 (Brasil)
08/07/2014